Pular para o conteúdo principal

Incêndio arrasa Corumbá




Pelas oito da manhã de 25 de junho de 1800, segundo Estevão de Mendonça, a povoação de Albuquerque (hoje Corumbá) é arrasada por um violento incêndio, escapando das chamas unicamente a respectiva capela, por ser coberta de telhas. Quatro anos antes dessa ocorrência, da qual não se tem maiores detalhes, Ricardo Franco em seu Diário de reconhecimento do rio Paraguai, descrevia o povoado ribeirinho:

Este estabelecimento tem a figura de um grande pátio retangular; é fechado com casas em roda e um portão na frente, constando de 75 passos de comprido e 50 de largura, sendo a sua população de 200 pessoas que aqui plantam milho e feijão, que é muito superabundante ao anual consumo; também há muito algodão, que aqui mesmo fiado e tecido pode ir para Cuiabá a troca das cousas mais necessárias aos moradores; a pesca e a caça abundantíssimas e ainda que esta habitação esteja cercada pelos gentios Paiaguás e Guaicurus ou Cavaleiros, contudo pela aspereza do terreno e sua situação que franqueia todos estes vastos territórios pelo meio do rio Paraguai, não tem sido até o presente insultada pelo gentio.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973. Página 329.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nascimento de Jorapimo

Nasce em Corumbá, em 24 de novembro de 1937, José Ramos Pinto Moreira, que se tornaria conhecido como Jorapimo. Uma das maiores expressões das artes plásticas em Mato Grosso do Sul, Jorapimo tem como temática preferida o Pantanal: A obra de Jorapimo confunde-se com a história da arte de Mato Grosso do Sul nas suas origens e desenvolvimento. Dominando uma linguagem voltada para o modelo natural, de composição imaginária, ainda que assentada em rigorosa base geométrica, Jorapimo constrói uma obra simples, que atinge diretamente o espectador, na sua capacidade de transformar os signos comuns do entendimento em imagens inesperadas, singularizadas. Desse modo, o artista dos seres do Pantanal reformula sua visão do universo limitado, revestindo-o de novas tonalidades. O Casario do Porto de Corumbá pode ser visto em imagens contrapostas pela luminosidade intensa do sol ou pela ausência dessa mesma luz, a partir de diversos ângulos, renovando-as a cada representação. Os pescador

Fundada a fazenda Firme no Pantanal de Nhecolândia

Busto de Nheco em Corumbá O cacerense Joaquim Eugênio Gomes da Silva, Nheco, funda em 11 de março de 1880, a fazenda Firme, no município de Corumbá. A notícia é de Augusto César Proença, descendente do fundador:   "O local era uma tapera suja de bamburros e caraguatás. Tinha alguns esteios fincados, cobertos por ervas daninhas, cruzes espalhadas dentro do capão, cacos de telhas, ossos de animais, pedaços de potes de barros. Tinha também uma figueira copada no meio do lago macegoso e alagado, ao lado da qual Nheco e os camaradas fizeram um poço, muito mais tarde durante um período de seca. A história dessa fazenda começa aqui. Não é história de luta armada para conquista de uma terra. Não é a história de ambições desmedidas, de mando, de poder, de extermínio. Será mais uma história de bravura, de desapego ao conforto e à comodidade que as cidades ofereciam àquela época. Será a história de uma gente simples nos seus dizeres e fazeres. Otimista para enfrentar um ambiente tão ru

Nasce Nicolau Fragelli

Em 13 de novembro de 1884, nasce em Corumbá, Nicolau Fragelli. Filho de José Fragelli e Tereza Provenzano Fragelli, de origem italiana. Fez o curso primário em sua cidade natal e o secundário em Cuiabá. Aos 19 anos matriculou-se na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, formando-se em 1911, aperfeiçoando-se em Paris em 1914. Iniciou na política em 1918, elegendo-se deputado estadual na gestão de Dom Aquino Correa, no governo. Em 14 de agosto do mesmo ano é nomeado intendente geral (prefeito) de Corumbá, para superar crise política local.  Deputado até 1930, quando teve o mandato cassado pela revolução getulista, retorna à política em 1934, reconduzido à Assembléia Legislativa pelo Partido Evolucionista. O golpe do Estado Novo, em 1937, retira-lhe novamente o mandato. Em 1945, com a redemocratização, ingressa na UDN, União Democrática Nacional, e vence sua última eleição, a de suplente de senador. Sobre ele escreve Nilo Povoas: A vida pública de Nicolau Fragelli foi