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Mostrando postagens de junho, 2017

O espólio milionário do Barão de Vila Maria

Inventário, liberado 2 de julho de 1883, e publicado em jornal de Corumbá mostra a fortuna deixada por Joaquim José Gomes da Silva, o barão de Vila Maria, falecido 4 de abril de 1876. Uma fortuna invejável para a viúva, Baronesa de Vila Maior e seu filho Joaquim Eugênio Gomes da Silva, o Nheco. A relação de bens publicada é assinada pelo juiz Paulino José Soares das Neves, de Corumbá. Confira: Uma sesmaria de terra de cultura, no lugar denominado Piraputanga, com uma légua de frente e três de fundos, com uma grande casa de morada coberta de telhas, com três salas de frente, corredor, alcovas, varandas para trás e cozinha; uma dita grande coberta de telhas cita no mesmo lugar, com um engenho de ferro de dois cilindros e moer cana, movido por água, uma dita contígua também coberta de telhas, com sete grandes couxos de azedar garapa, com dois alambiques sendo um de serpentina e outro de sistema antigo, ambos assentados e pesando um mil e setecentos quilos de cobre

Incêndio arrasa Corumbá

Pelas oito da manhã de 25 de junho de 1800, segundo Estevão de Mendonça, a povoação de Albuquerque (hoje Corumbá) é arrasada por um violento incêndio, escapando das chamas unicamente a respectiva capela, por ser coberta de telhas. Quatro anos antes dessa ocorrência, da qual não se tem maiores detalhes, Ricardo Franco em seu Diário de reconhecimento do rio Paraguai, descrevia o povoado ribeirinho: Este estabelecimento tem a figura de um grande pátio retangular; é fechado com casas em roda e um portão na frente, constando de 75 passos de comprido e 50 de largura, sendo a sua população de 200 pessoas que aqui plantam milho e feijão, que é muito superabundante ao anual consumo; também há muito algodão, que aqui mesmo fiado e tecido pode ir para Cuiabá a troca das cousas mais necessárias aos moradores; a pesca e a caça abundantíssimas e ainda que esta habitação esteja cercada pelos gentios Paiaguás e Guaicurus ou Cavaleiros, contudo pela aspereza do terreno e sua situação que franquei

Pároco de Corumbá recusa rezar missa póstuma para Giuseppe Garibaldi

O padre Constantino Térsio, pároco de Corumbá, recusa pedido da colônia italiana local para celebrar missa pela alma do general Giuseppe Garibaldi, herói da revolução italiana, falecido em 2 de junho de 1882, em Caprera, Itália. O padre comunicou o fato aos seus superiores, de quem, em resposta, recebeu total apoio à sua decisão, conforme ofício recebido do bispo Carlos Luis d'Amour, de Cuiabá: "Rm° Senr.º Acabo de receber, por intermédio de S. Exª. o Senr. Presidente da Província, os ofícios de V. Rmª. de 22 e 23 do corrente, comunicando-me os fatos desagradáveis que deram-se na matriz dessa freguesia, por ocasião de não querer V. Rmª. prestar-se a sufragar a alma de G. Garibaldi, conforme solicitaram alguns habitantes da cidade. E inteirado de tudo o mais que V.Rmª. trouxe ao meu conhecimento sobre tal assunto, cumpre-me dizer-lhe que muito bem procedeu V. Rma. em não anuir a semelhantes sufrágios. Quem durante sua vida é inimigo da Igreja de Deus e de tudo quanto lh

Na fazenda Alegre, último combate da coluna Prestes

Deu-se no município de Corumbá, na fazenda Alegre, em 2 de janeiro de 1927, às margens do São Lourenço, num lugar denominado Sepultura, o último combate da coluna Prestes com forças legalistas, antes dos rebeldes alcançarem o território boliviano, onde se exilaram. A notícia foi veiculada no jornal "A Manhã", do Rio de Janeiro, que transcreveu de "O Democrata" (Cuiabá), entrevista do comandante da guarnição da Marinha de Ladário, Jerônimo Gonçalves: Pelas seis horas da manhã de 2 do corrente, ao passar o Itajuí pelo lugar chamado sepultura, campos da fazenda Alegre, o seu comandante notou algumas embarcações ali ancoradas e movimento de gente acampada. Quando parava para mandar o escaler de bordo reconhecer aqueles que ali se encontravam, recebeu a lancha um ataque de fuzilaria vindo da barranca. Ao manobrar para fazer a volta, encalhou a Itajui num banco de areia ali existente. Com uma calma e coragem admiráveis, o seu comandante, que é um sargento da

Dom Vicente Priante nomeado 5° bispo de Corumbá

Realizou-se na capital paulista em 20 de junho de 1933 a sagração solene de dom Vicente Priante, elevado a bispo da diocese de Corumbá, por bula do papa Pio XI. Dom Priante assume a diocese, após mais de um ano de vacância, com a promoção de Dom Antonio de Almeida Lustosa para o arcebispado de Belém do Pará. Salesiano, natural de Barra Mansa (RJ), onde nasceu a 17 de maio de 1883,   cursou humanidades no Colégio Santa Rosa, de Niteroi. Em 1903 na Congregação salesiana recebeu o hábito do padre Carlos Peretto, inspetor das Casas Salesianas do Sul do Brasil. De 1906 a 1912 exerceu o magistério, como professor e assistente nos colégios de Niteroi e Lorena. Em 1919 recebeu a consagração sacerdotal das mãos de dom Epaminondas d'Ávila, bispo de Taubaté e foi para a Casa de Jaboatão, em Pernambuco, como diretor, sendo transferido em seguida para o Colégio de São João, em Campinas, entidade que dirigiu até 1922. Ainda em Campinas foi diretor do Liceu N.S. Auxiliadora, até 1926, data e

Fundação do forte Coimbra

Por ordem do governador Luis de Albuquerque, é iniciada a construção, em 13 de setembro de 1775, do presídio de Coimbra, com registro na seguinte ata: Ano do nascimento de N. S. Jesus Cristo de mil setecentos e setenta e cinco – aos 13 dias do mês de setembro nesta situação até agora chamada – Fecho dos Morros – aonde presentemente me acho, eu o capitão Mathias Ribeiro da Costa, comandante dum corpo de soldados Dragões, doutro de Auxiliares encarregado ao ajudante Francisco Rodrigues Tavares e de outro de ordenanças encarregado ao capitão Miguel José Rodrigues – e sendo aí em cumprimento das ordens do Ilmo. e Exmo. Sr. Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, Governador e Capitão General desta capitania de Mato-Grosso debaixo das quais fui expedido da vila de Cuiabá com os sobreditos corpos a indagar paragem própria que debaixo das armas de Sua Majestade F. pudesse segurar a nossa antiga navegação do rio Paraguai para que em nenhum tempo passem vassalos de outro qualque

Retomada de Corumbá: a vitória da varíola

Na guerra contra o Paraguai, em 24 de junho de 1867, por ordem do presidente Couto Magalhães, os dois corpos expedicionários de Cuiabá, que haviam retomado Corumbá, 11 dias antes, retornam à capital do Estado, prevenindo-se contra a varíola.  Ao ser assaltada e tomada aquela praça pelo primeiro corpo, a 13 de junho de 1867, verificou-se ao dar sepultura aos mortos que muitos deles mostravam sinais recentes de erupção variolosa, sendo depois constatada a existência de outros paraguaios atacados do mesmo mal, quer entre os prisioneiros, quer na enfermaria local. Dos soldados retirados das prisões alguns foram encontrados em estado comatoso.¹ Constatou-se verdadeira epidemia. “Foram sendo atacados às dezenas, num crescendo assustador, devido à falta absoluta de recursos”. Por esta razão, o presidente da província que nesta data chegara a Corumbá, determinou a retirada, que começou no dia seguinte, saindo as embarcações de Ladário. Comandaram-na o tenente-coronel Antônio Maria

Retomada de Corumbá: governador presta contas

A 21 de junho de 1867, por ocasião de sua saída de Cuiabá, o governador de Mato Grosso, Couto Magalhães, que se dirige a Corumbá, em apoio à retomada ocorrida em 13 de junho, envia ofício ao ministro da Guerra, no Rio de Janeiro, com informações gerais sobre aquele acontecimento histórico: "Comunico à V. Ex. que a praça de Corumbá assaltada dia 13 do corrente pela vanguarda do 2° corpo de operações desta província caiu em nosso poder, e com ela toda a fronteira do baixo Paraguai brasileiro, menos Coimbra. A guarnição paraguaia morreu quase toda em desesperada resistência, inclusive o comandante desta praça o coronel paraguaio Hermogenes Cabral. Os vapores   Anhambahy   e   Rio Apa   conseguiram evadir-se com muita perda depois de sofrerem o fogo combinado de duas peças raiadas e de nossa infantaria. Tudo quanto estava em poder do inimigo caiu em nossas mãos, grande quantidade de armamento, 8 canhões, depósito de víveres, e, o que é mais precioso, cerca de 500 pa

Retomada de Corumbá: comandante paraguaio acusado de traição à pátria

Morto em combate na batalha de 13 de junho de 1867, o tenente-coronel Hermogenes Cabral, comandante militar de Corumbá, foi acusado por seus comandados, de haver cometido ato de traição, contra o Paraguai no episódio da retomada da cidade por forças brasileiras, comandadas pelo ten-cel Antonio Maria Coelho. A denúncia foi formulada pelos soldados em fuga, a bordo de um vapor de guerra, ancorado em Albuquerque, ainda sob domínio paraguaio: Com o mais profundo respeito cumprimos o dever de levar ao conhecimento de V.E. que tanto os oficiais, como as tropas de marinha e terra, que estamos aqui dispostos a fazer quantos sacrifícios demandem a honra às armas nacionais, em vista do acontecimento sumamente desagradável da invasão de nossa praça de Corumbá pelo inimigo, e ainda mais pela traição infame do tenente coronel Hermógenes Cabral, juntamente com o capelão; todos unanimimente estamos com o mais ardente dever de correr presurosos a dar o condigno castigo a esses pérfid

Corumbá recebe visita do presidente Getúlio Vargas

"Corumba, 28 (A.N.) - o 'Looked 05', pilotado pelo capitão Nero Moura, conduzindo o presidente Getúlio Vargas, acaba de descer nesta cidade. São precisamente 18.20 horas. O chefe do Governo foi recebido pelo interventor Júlio Müller, general Pinto Guedes e outras altas autoridades civis e militares. Estão sendo prestadas a S. Excia. calorosas homenagens". Assim o Jornal do Brasil (RJ) registra o desembarque do presidente na cidade branca, em 28 de julho de 1941, na sequencia de ampla reportagem, com dados da Agência Nacional) da visita histórica de um primeiro chefe da nação ao município, iniciada com o clima reinante antes da chegada do presidente: Corumbá preparou-se ativamente para receber o sr. Getúlio Vargas, o primeiro presidente da República que a visista. As ruas estão engalanadas com bandeiras e flâmulas brasileiras e bolivianas; preparou-se uma iluminação caprichosa e esta profusão de preparativos dá à longínqua cidade de Mato Grosso um aspecto festivo,

Foragido mata juiz que o condenou

Vítima de atentado  à bala, ocorrido dois dias ant es, morre eu sua casa,  em 27 de abril de 1927, o juiz de Corumbá, Barnabé Gondim. O homicídio teve grande repercussão no Estado. Um dia antes de seu falecimento, o jornal A Cidade, de Corumbá, dá detalhes do atentado e da luta dos médicos para salvar  a vida do magistrado : Causou grande mágoa no seio da sociedade corumbaense, o atentado do qual foi vítima, anteontem (dia 21), o Exmo. Sr. Dr. Bernabé A. Gondim, estimado Juiz de Direito desta comarca. Eram 16 e meia horas, mais ou menos, daquele dia, quando o dr. Gondim, estando em sua residência, presencia a entrada ali de uma pessoa desconhecida que acabava de chegar de automóvel. Depois de algumas palavrar, tenta essa pessoa conduzi-lo apressadamente para o veículo com o intuito, certamente, de sequestra-lo ao que o M.M. juiz procurou resistir. Entrementes uma criança que presenciava os últimos momentos da contenda, foi-se assustada para o interior da

Fundada a fazenda Firme no Pantanal de Nhecolândia

Busto de Nheco em Corumbá O cacerense Joaquim Eugênio Gomes da Silva, Nheco, funda em 11 de março de 1880, a fazenda Firme, no município de Corumbá. A notícia é de Augusto César Proença, descendente do fundador:   "O local era uma tapera suja de bamburros e caraguatás. Tinha alguns esteios fincados, cobertos por ervas daninhas, cruzes espalhadas dentro do capão, cacos de telhas, ossos de animais, pedaços de potes de barros. Tinha também uma figueira copada no meio do lago macegoso e alagado, ao lado da qual Nheco e os camaradas fizeram um poço, muito mais tarde durante um período de seca. A história dessa fazenda começa aqui. Não é história de luta armada para conquista de uma terra. Não é a história de ambições desmedidas, de mando, de poder, de extermínio. Será mais uma história de bravura, de desapego ao conforto e à comodidade que as cidades ofereciam àquela época. Será a história de uma gente simples nos seus dizeres e fazeres. Otimista para enfrentar um ambiente tão ru

Nasce em Corumbá, José Fragelli

Filho do médico e político Nicolau Fragelli, nasce em Corumbá, em 31 de dezembro de 1915, José Manoel Fontanilhas Fragelli. Advogado, promotor público em Campo Grande, José Fragelli iniciou na política em 1947, elegendo-se deputado estadual constituinte, pela UDN, União Democrática Nacional, destacando-se como parlamentar, líder da oposição ao governador Arnaldo Estevão de Figueiredo.  No governo seguinte, de Fernando Correa da Costa, foi secretário do Interior, Justiça e Finanças. Em 1954 elege-se deputado federal, tendo participado dos debates parlamentares do final da chamada era Vargas. Encerrado seu mandato federal, afasta-se da política e instala escritório de advocacia em Campo Grande.  A 3 de outubro de 1970, por indicação da Arena, é escolhido para governar o Estado de Mato Grosso, em eleição indireta, substituindo ao governador Pedro Pedrossian, com quem rompe em seguida.  Em 1978, na primeira eleição depois da divisão de Mato Grosso, candidata-se pelo Sul, a senado

Congresso de prefeitos e vereadores aprova divisão do Estado

Vereador Oclécio Barbosa Martins (UDN) Reunidos em Corumbá, prefeitos e vereadores do norte e sul do Estado, no II Congresso da Associação Mato-grossense dos Municípios, em 26 de outubro de 1963, discutiram e votaram moção de autoria do vereador Oclécio Barbosa Martins (UDN), de Campo Grande, aprovando a divisão do Estado: 45 votos contra 11 e uma abstenção assinalaram a vitória da tese divisionista no 2° Congresso da Associação Mato-Grossense do Municípios, reunido em outubro p.p. em Corumbá. Maioria expressiva, que revela a compreensão do problema da descentralização administrativa no grande Estado do Oeste e as vantagens que dela decorrerão, imediatamente. Norte e Sul desfrutarão benefícios da providência, quando se concretizar após o processo determinado pelas leis constitucionais que regem o Estado e a Nação. Premissas de uma fase de notável desenvolvimento sócio-econômico naquele vasto território pátrio são perfeitamente justificadas, agora, como o eram em etapa m

Mudança da capital da província para Corumbá

Notícia publicada em jornal oposicionista de Cuiabá, dá conta de cogitação do governo em mudar a capital de Cuiabá para Corumbá. A pretensão, não desmentida, teria sido do penúltimo presidente da província, Souza Bandeira: Os rumores não prosperaram, até porque o governante foi, em seguida substituído, mas a ideia de mudança, que, mais tarde se juntaria ao separatismo, ganhou força. A princípio a cidade indicada para sediar a capital da província foi Corumbá, já no regime republicano, Aquidauana e Campo Grande dominaram a preferência, sendo, finalmente, a partir de 1930, Campo Grande, com a consolidação do transporte ferroviário, a cidade sulista a disputar o direito de tornar-se a capital do Estado. FONTE : Jornal A Gazeta (Cuiabá), 6 de junho de 1889.